Fecundação

A longa jornada até a fecundação pode durar de 12 a 48 horas, antes que os espermatozóides morram. Eles têm que atravessar a barreira da cérvix, que vai estar fluida e aquosa se a mulher tiver acabado de ovular (consideraremos que a relação ocorreu algumas horas após a ovulação).

Uma vez que os espermatozóides atravessaram o muco cervical, eles sobem pela superfície interna do útero até as trompas de Falópio (apenas uma das trompas contém um óvulo - muitos espermatozóides vão para o lugar errado). Menos de mil espermatozóides, entre milhões, conseguem chegar até as trompas.

Muitos espermatozóides ficam ao redor do óvulo na trompa. A cabeça de cada espermatozóide (acrossomo) libera enzimas que começam a quebrar a camada gelatinosa externa da membrana do óvulo, tentando penetrar nele. Assim que um único espermatozóide penetra, a membrana muda suas características elétricas (despolariza-se). Esse sinal elétrico faz com que pequenas bolsas logo abaixo da membrana (grânulos corticais) joguem seu conteúdo no espaço que rodeia o óvulo. Este conteúdo incha, empurrando os outros espermatozóides para longe do óvulo (reação cortical). Os outros espermatozóides morrem em 48 horas. A reação cortical assegura que apenas um espermatozóide fecunde o óvulo.

 


Foto cedida pela Georgia Reproductive Specialists
Óvulo fecundado, mostrando dois pró-núcleos começando a se dividir (esquerda) e uma célula dividida em 8 partes após 72 horas (direita)

 

O ovo fecundado é agora chamado de zigoto. A despolarização causada pela penetração do espermatozóide resulta em um último ciclo de divisão no núcleo do óvulo, formando um pró-núcleo contendo apenas um grupo de informação genética. Os pró-núcleos de um óvulo se misturam com o núcleo de um espermatozóide. Assim que dois pró-núcleos se unem, a divisão celular se inicia.

O zigoto em divisão é empurrado pela trompa de Falópio. Até mais ou menos quatro dias após a fecundação, o zigoto tem aproximadamente 100 células e é chamado de blástula ou blastocisto. Quando a blástula chega à parede interna do útero, flutua por uns dois dias e finalmente implanta-se na parede uterina até o sexto dia após a fecundação. Agora que está nesta posição, ele libera gonadotrofina coriônica, que sinaliza que uma gravidez se inicia.

A blástula continua a se desenvolver no útero por nove meses. Conforme o bebê vai crescendo, o útero estica até o tamanho de uma bola de basquete.

 

 

 

Gêmeos

Às vezes, dois folículos dominantes desenvolvem óvulos e ovulam. Se ambos forem fecundados e então implantados no útero, dois embriões se desenvolvem: são gêmeos. Pelo fato de se desenvolver a partir de óvulos separados que foram fecundados por espermatozóides diferentes, são chamados de gêmeos fraternos. Gêmeos fraternos não dividem mais informações genéticas do que irmãos que nasceram separadamente.

Além disso, as duas células filhas que permanecem após um óvulo fecundado ter passado pela primeira divisão podem se separar e se dividir independentemente. Quando isso acontece, elas permanecem ligadas livremente na trompa de Falópio, e as duas blástulas se fixam juntas na parede uterina. Elas se desenvolvem como dois embriões separados. Pelo fato desses embriões terem vindo do mesmo óvulo fecundado, dividem material genético idêntico e são chamados de gêmeos idênticos (ouunivitelinos).